segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Handebol 2 - Pedagogia do Handebol Adaptado


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HCR – Handebol em cadeira de rodas: Uma apresentação da modalidade

4 março 2009 por Tathy Krahenbühl

O handebol em cadeira de rodas é uma modalidade ainda pouco conhecida, porém vem crescendo desde a sua criação de maneira acentuada. Neste texto pretendo fazer uma apresentação da modalidade, com um pouco de suas regras e adaptações.

O HCR foi criado pelos professores Décio Roberto Calegari, José Irineu Gorla e Ricardo Alexandre Carminato, no ano de 2005, na Universidade Paranaense (Unipar – Campus Toledo/PR), instituição incentivadora e parceira da ATACAR -Associação Toledense dos Atletas em Cadeira de Rodas, ONG gestora do Esporte Adaptado no Município de Toledo. A primeira federação da modalidade a ser criada foi a Federação Paranaense de Handebol em Cadeira de Rodas (FPRHCR), fundada em maio de 2007, também na cidade de Toledo.

Como é uma modalidade recente, o handebol em cadeira de rodas ainda está sendo difundido e conta com algumas equipes formadas, principalmente na região Sul e Sudeste. Alguns campeonatos também já vem acontecendo como exemplo os campeonatos do Itajaí Handball Cup e a Copa Oeste de Handebol em Toledo-PR.

Esta modalidade esportiva foi pensada para que pessoas portadoras de deficiência física pudessem praticar o handebol de duas formas diferentes: através do Handebol Sete (Handball Seven ou HCR7) e do Handebol Quatro (Handball Four ou HCR4).

A primeira forma descrita, o HCR7, é disputada na quadra oficial da modalidade de handebol, com tempo de jogo, regras, número de jogadores, substituições e regras gerais muito próximas ao handebol convencional, sendo que todos os jogadores podem atuar como goleiro a qualquer momento do jogo, desde que não estejam na área do goleiro dois defensores, caso ocorra esta situação a equipe é punida com um tiro de sete metros.

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Já o HCR4 assemelha-se ao handebol de areia, sua área de disputa utiliza as linhas da quadra de basquete, é disputado por quatro jogadores, sendo um goleiro e três jogadores de linha, e a mesma regra quanto ao goleiro do HCR7. A área do goleiro é definida pelo prolongamento da linha de lance livre da quadra de basquete um metro após a linha lateral, delimitando também a zona de substituição, que coincide com a área do goleiro. O jogo é disputado em dois sets de quinze minutos cada com cinco minutos de intervalo e o placar volta a zero ao final de cada set. Em caso de empate será disputado um tempo extra de dez minutos para decidir o vencedor do jogo. O desempate no set é feito através do gol de ouro. Assim como no handebol de areia, o HCR4 tem o gol espetacular que é o gol feito em condições especiais (após um giro de 360º, por exemplo) deve ser considerado como se valesse dois gols.

Já o HCR4 assemelha-se ao handebol de areia, sua área de disputa utiliza as linhas da quadra de basquete, é disputado por quatro jogadores, sendo um goleiro e três jogadores de linha, e a mesma regra quanto ao goleiro do HCR7. A área do goleiro é definida pelo prolongamento da linha de lance livre da quadra de basquete um metro após a linha lateral, delimitando também a zona de substituição, que coincide com a área do goleiro. O jogo é disputado em dois sets de quinze minutos cada com cinco minutos de intervalo e o placar volta a zero ao final de cada set. Em caso de empate será disputado um tempo extra de dez minutos para decidir o vencedor do jogo. O desempate no set é feito através do gol de ouro. Assim como no handebol de areia, o HCR4 tem o gol espetacular que é o gol feito em condições especiais (após um giro de 360º, por exemplo) deve ser considerado como se valesse dois gols.

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As regras gerais do handebol convencional valem para o HCR, ou seja, não é permitido conduzir a bola, dar duas saídas, deve permanecer no máximo 3 segundos em posse da bola sem driblar, o trifásico também é permitido e o limite dos “três passos” é substituído pelos toques na cadeira. Ainda nesta modalidade não é permitido conduzir a bola sobre as pernas, diferente do que acontece no basquete sobre rodas.

Existe uma classificação para os jogadores, baseado na observação destes de acordo com seu desempenho em habilidades do handebol como driblar, passar, empurrar a cadeira, arremessar. As classes são: 1.0, 1.5, 2.0, 2.5, 3.0, 3.5, 4.0 e 4.5. A cada jogador é atribuído um valor em pontos igual à sua classificação.

“Os pontos dos sete jogadores são somados para formar um time que alcance um determinado total de pontos. Para os Campeonatos Mundiais da IWHF, competições para-olímpicas, campeonatos locais e torneios classificatórios para esses eventos o time não pode exceder a 14 – 18 – 21 pontos”. (retirado do site www.hcrbrasil.com.br)

Ainda não encontrei estudos que tratem sobre a transferência da estrutura tática do handebol convencional para o HCR, porém na prática é possível observar que as estratégias são muito parecidas. Devido a semelhança de regras e por conservar muito da estrutura do jogo convencional o HCR tem características semelhantes ao handebol de andantes. Nas diferenças encontradas está a questão da movimentação para gerar espaços para o ataque no Handebol Sete devido a estrutura da quadra, pois o espaço torna-se menor quando ocupado pela cadeira, logo os espaços para infiltração, fintas, trajetórias precisam ser maiores do que quando ocupados somente pelo corpo do atleta.

Na iniciação a esta modalidade muitos jogos pré-desportivos podem ser utilizados para a compreensão e assimilação dos conceitos, bem como aprendizagem de fundamentos. Os mesmos conceitos e metodologia que acreditamos para a aprendizagem do handebol convencional podem ser aplicados ao handebol em cadeira de rodas, uma vez que a metodologia baseia-se na aprendizagem através do jogo, sempre visando a formação de atletas que pensem no jogo como um fenômeno complexo, e não como execução de fundamentos soltos.

Porém, por se tratar de pessoas que possuem algum tipo de deficiência não é possível deixar de tratar os fundamentos fora do jogo coletivo, pois há grandes diferenças de lesões dentro de um mesmo grupo de atletas de HCR, por isso é preciso dar atenção ao desenvolvimento de habilidades, não de maneira tecnicista, mas dentro de jogos menores, com número de participantes reduzidos para que estes atletas possam executar movimentos, que devido a lesão, são de complexidades diferentes. Ou seja, a dificuldade de fazer um passe não está só no fenômeno da aprendizagem, existe a limitação física, por isso os jogos e alguns trabalhos de habilidades individuais, porém com foco no jogo, devem ser feitos dentro das aulas/treinamento dos atletas.

Referências:

CALEGARI, D.R. GORLA, J.I; CARMINATO, R.A. Handebol Adaptado: explorando possibilidades. Anais da 57ª Reunião Anual da SBPC – Fortaleza, CE – Julho/2005.

http://www.hcrbrasil.com.br/ (acessado em 03 de março de 2009).

http://www.institutoparadigma.org.br/site/noticias.asp?id=205 (acessado em 03 de março de 2009).